Mulheres assumem quase metade das chefias de lares no Brasil, mostra Censo
Cresce presença feminina na condução familiar e econômica, mas seguem desafios ligados à vulnerabilidade social
De acordo com recorte do Censo 2022 recentemente divulgado, as mulheres são hoje responsáveis por 49,1% dos lares brasileiros, ou cerca de 35,6 milhões de domicílios, enquanto os homens chefiam 50,9% (aproximadamente 36,9 milhões).
Em 2010, apenas 38,7% dos domicílios tinham chefia feminina, o que mostra o avanço expressivo da presença das mulheres na condução familiar e econômica das casas.
A Região Nordeste concentra a maior proporção de lares com mulheres responsáveis: 10 estados têm mais de 50% dos domicílios chefiados por elas. O fenômeno, segundo o IBGE, está diretamente ligado à ampliação da independência econômica feminina e ao aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho, que as tornou protagonistas também na gestão financeira da família.
Mas o avanço vem acompanhado de desafios. Lares liderados por mulheres, especialmente negras e pardas, enfrentam maiores índices de vulnerabilidade socioeconômica e insegurança alimentar. Aproximadamente três em cada 10 mulheres que chefiam o lar são mães solo, o que reforça a necessidade de políticas públicas voltadas ao apoio social, educacional e profissional desse grupo.
Os dados do Censo evidenciam que a presença feminina na chefia de família não é apenas um reflexo de mudanças culturais, mas também um indicativo de transformação social. Ao assumir o papel de principais provedoras, essas mulheres impulsionam o desenvolvimento econômico, a autonomia pessoal e a formação de novas referências dentro da sociedade.
Para o Grupo de Trabalho Mulheres do Observatório Social do Brasil – Limeira, compreender e divulgar esses números é uma forma de promover a cidadania, valorizar o protagonismo feminino e fortalecer ações que ampliem as oportunidades e reduzam desigualdades.





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