Arquivo para Tag: observadoras

Estudo técnico aponta crescimento da demanda por creches em Limeira

Análise evidencia impacto das transformações familiares e do trabalho feminino na procura por vagas na educação infantil

Um estudo técnico encomendado pela vereadora Mariana Calsa, apresentado em agosto, mostra que, apesar da queda na taxa de fecundidade, a demanda por vagas em creches segue crescendo em Limeira.

Elaborado por Amanda Marques de Oliveira, consultora técnica em Ciências Sociais e Gestão Pública, o levantamento evidencia como mudanças no modelo familiar, a entrada massiva das mulheres no mercado de trabalho e a redução do cuidado informal dentro das famílias ampliaram a necessidade de serviços formais de educação infantil.

Em Limeira, entre 2009 e 2020, a proporção de crianças atendidas em creches municipais quase dobrou, e o número de vagas públicas e conveniadas cresceu 76%. Atualmente, cerca de 60% das crianças de 0 a 3 anos estão matriculadas, mas ainda há fila de espera de aproximadamente mil crianças. O estudo também aponta a judicialização frequente, com uma ação da Defensoria Pública a cada seis dias em 2024 para garantir vagas.

A pesquisa destaca ainda a Lei Federal nº 14.851/2024, que obriga os municípios a levantarem anualmente a demanda por vagas em creches, estabelecendo critérios de priorização e vinculando o acesso a recursos federais ao cumprimento dessa obrigação. Para Limeira, o estudo aponta a oportunidade de readequar recursos da rede de ensino em função da queda prevista na população em idade escolar do ensino fundamental, favorecendo a expansão da educação infantil.

O Observatório Social do Brasil – Limeira vem acompanhando o tema como prioritário, fazendo com que constasse do Mapa de Riscos que serviu de base para o Termo de Compromisso com Limeira 2025-2028. O Grupo de Trabalho Mulheres participou de audiência pública sobre o assunto na Câmara em setembro e, recentemente, destacou a temática em podcast com a especialista em Estudos de Gênero Thays Prado, vice-presidente da Foresight Europe Network.

O estudo técnico confirma que, mesmo com menos nascimentos, a procura por creches cresce continuamente, exigindo planejamento estruturado, atenção à judicialização e alinhamento à nova legislação para garantir recursos e ampliar a cobertura de forma eficiente.

Audiência reúne relatos e dados sobre falta de vagas em creches no município

Discussão aponta riscos para crianças e reforça a importância de políticas públicas eficazes

A Comissão de Educação e Ciências da Câmara de Limeira realizou em 17 de setembro uma audiência pública para discutir a fila de espera por vagas em creches no município. O Grupo de Trabalho Mulheres do Observatório Social do Brasil – Limeira foi representado pelas integrantes Dani Paulino e Maria Beatriz Milaré.

Segundo a Secretaria Municipal de Educação, o déficit atual é de 1.018 vagas. O Conselho Tutelar destacou a falta de respostas a ofícios encaminhados à pasta sobre a garantia de direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente.

O debate reuniu relatos de mães e avós que enfrentam dificuldades para trabalhar sem ter onde deixar seus filhos e netos, chegando a recorrer a soluções precárias, como cuidados assumidos por idosos doentes ou adolescentes que têm que faltar às aulas. Também foram mencionados riscos à segurança das crianças que permanecem em casa ou nas ruas.

Entre os dados apresentados, destacou-se a negativa de 482 vagas na região do Jardim Aeroporto, além da baixa oferta para a faixa etária de maior demanda. A proporção de um cuidador para seis crianças em Limeira, acima da referência nacional de um para cinco, também foi considerada preocupante.

Representantes do poder público e de instituições ligadas à infância defenderam a ampliação de vagas, a transparência na lista de espera e soluções que conciliem qualidade no atendimento e localização adequada das unidades. O governo municipal reafirmou o compromisso de zerar a fila no próximo ano letivo.

A falta de vagas em creches integra o Mapa de Riscos de Limeira, elaborado pelo OSB-Limeira, e que serviu de base para a construção do Termo de Compromisso com Limeira 2025-2028.

Podcast Se Liga, Cidadão – Corte do 7º episódio – Mortalidade materna

Com sua experiência de farmacêutica, Maria Aldrigui, integrante do Grupo de Trabalho Mulheres, mostra sua preocupação com a mortalidade materna neste corte do episódio mais recente do podcast Se Liga, Cidadão!, do Observatório Social do Brasil – Limeira.

Maria comenta que, apesar da evolução científica e tecnológica, as mulheres ainda morrem no parto ou poucos dias depois.

O bate-papo, gravado ao vivo no Studio’s House, teve como convidada especial Thays Prado, especialista em Estudos de Gênero, futurista feminista, roteirista, documentarista e vice-presidente da Foresight Europe Network.

Durante a conversa, foram abordadas as conexões entre dados públicos e igualdade de gênero e debatidos os principais indicadores de risco de Limeira envolvendo mulheres.

O episódio completo está disponível aqui.

 

Corte – 7º episódio do podcast Se Liga, Cidadão!, conduzido pelo GT Mulheres

Neste corte do episódio mais recente do podcast Se Liga, Cidadão! do OSB-Limeira, um trecho do bate-papo que debateu temas importantíssimos.

Thays Prado, especialista em Estudos de Gênero e vice-presidente da Foresight Europe Network, fala sobre dados públicos, igualdade de gênero e indicadores de risco para mulheres em Limeira.

O episódio completo está disponível aqui.

Live do GT Mulheres com Thays Prado discutirá indicadores de gênero em Limeira em 18 de agosto

Vice-presidente da Foresight Europe Network debaterá caminhos para cidades mais inclusivas

Thays Prado, especialista em Estudos de Gênero, futurista feminista, roteirista, documentarista e vice-presidente da Foresight Europe Network, é a convidada do novo episódio do podcast do Observatório Social do Brasil – Limeira, o Se Liga, Cidadão!. O bate-papo será gravado ao vivo no dia 18 de agosto, às 18h, no Studio’s House, com transmissão em tempo real pelo canal do OSB-Limeira no YouTube (@osblimeira362).

A live será conduzida pelo Grupo de Trabalho Mulheres do OSB-Limeira. Além da convidada internacional, o episódio contará com a presença da coordenadora do GT Mulheres, Juliana Osti, e de outras integrantes do grupo. Durante a conversa, Thays vai abordar as conexões entre dados públicos e igualdade de gênero, além de discutir os principais indicadores de risco de Limeira envolvendo mulheres.

A relação entre a falta de vagas em creches e o aumento da vulnerabilidade feminina, por exemplo, será um dos pontos centrais da entrevista. Thays defende que a expansão desse serviço é uma medida estratégica que impacta positivamente outras áreas, como saúde, renda e proteção contra a violência.

A especialista também propõe uma abordagem mais inclusiva sobre desigualdades sociais, incorporando homens e meninos na discussão de políticas públicas sensíveis ao gênero. Para Thays, ampliar o olhar sem perder o foco nas especificidades das mulheres é essencial para construir cidades mais justas e sustentáveis.

Após a transmissão, trechos temáticos serão publicados nas redes sociais do OSB-Limeira.

GT Mulheres prepara live com participação internacional para discutir riscos e desigualdades

Objetivo é debater os indicadores relacionados às mulheres em Limeira, aproveitando a experiência da convidada

O Grupo de Trabalho Mulheres do Observatório Social do Brasil – Limeira realizará em agosto uma live com a participação especial de Thays Prado, especialista em Estudos de Gênero, futurista feminista, roteirista, documentarista e vice-presidente da Foresight Europe Network. O convite foi feito em reunião no dia 17 de julho, e Thays, que reside em Lisboa, confirmou sua participação online.

O objetivo é discutir os indicadores relacionados às mulheres em Limeira, aproveitando a experiência internacional da convidada. A live contará com a presença da coordenadora do GT, Juliana Osti, e de integrantes do grupo. Thays destacou a importância do tema das creches como elemento central para o empoderamento feminino, com impacto direto na prevenção da violência, pobreza e mortalidade.

A especialista também sugeriu que outros indicadores do mapa de risco da cidade sejam observados sob a ótica de gênero e defendeu uma abordagem inclusiva para o debate, lembrando que homens e meninos também podem ser vítimas de violência, embora em menor proporção. Segundo Thays, isso amplia o diálogo e reforça a necessidade de políticas públicas que protejam todas as pessoas.

A live será gravada em estúdio em Limeira em data a ser definida. O conteúdo será publicado no canal do YouTube do OSB-Limeira e nas redes sociais em cortes temáticos.

Juliana contextualizou a criação do GT Mulheres, motivada pela constatação de que quatro dos oito principais riscos da cidade afetam diretamente as mulheres: crimes sexuais, mortalidade infantil e materna, piora nas vagas em creche e o aumento de 31% na violência contra a mulher.

O OSB-Limeira é modelo-piloto no Brasil por adotar uma abordagem ampliada, baseada em diretrizes da ONU, que vai além do acompanhamento de contas públicas.

GT Mulheres alinha ações do segundo semestre no OSB-Limeira

Grupo participa da organização de eventos, do podcast Se Liga, Cidadão! e do novo posicionamento da marca da instituição

O Grupo de Trabalho Mulheres do Observatório Social do Brasil – Limeira se reuniu no dia 7 de julho para alinhar o planejamento de suas ações para o segundo semestre de 2025. Entre os destaques da pauta, esteve o reconhecimento ao protagonismo que vem sendo dado ao grupo pelo Conselho de Administração do OSB-Limeira, com participação ativa das integrantes na organização dos principais eventos previstos até o final do ano.

Entre essas iniciativas, está a 6ª edição do Agosto Transparente, que será realizada no próximo 7 de agosto, na sede da Associação Comercial e Industrial de Limeira (ACIL). O evento reunirá representantes dos poderes constituídos e de diversas instituições da sociedade civil, e vem se consolidando, desde 2020, como um importante fórum de debates voltado à promoção da cidadania e ao fortalecimento da participação popular na gestão pública.

O Agosto Transparente passou a integrar o Calendário Oficial do Município de Limeira por meio da Lei nº 6.540/2021. A edição deste ano terá como eixo central o Mapa de Riscos de Limeira e as ações adotadas pelo Executivo e Legislativo em relação aos pontos apontados no levantamento. Entre os indicadores estão temas diretamente ligados à pauta feminina, como os casos de violência sexual e as mortalidades infantil e materna.

O GT Mulheres também está à frente da organização da próxima edição da Caminhada Cidadã, que terá sua data divulgada em breve. A proposta do evento é unir o exercício físico à consciência cidadã por meio da coleta de resíduos durante o percurso.

Outra frente de atuação em andamento é a preparação de um novo episódio do podcast Se Liga, Cidadão!, do OSB-Limeira, com foco em temas ligados ao universo feminino. Além disso, a coordenadora do GT Mulheres, Juliana Osti, integra o grupo de voluntários que está definindo o novo posicionamento da marca do OSB-Limeira, trabalho que será conduzido até o fim do ano e que tem como base o projeto Compromisso com Limeira.

Bertha Lutz e a força da presença feminina nos espaços de poder

Para GT-Mulheres do OSB-Limeira, exemplos como o dela abriram caminho para diplomacia mais inclusiva

No dia 24 de junho, o mundo celebrou o Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia. Criada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2022, a data tem o objetivo de reconhecer a contribuição das mulheres para a diplomacia e incentivar sua participação em espaços de decisão que historicamente foram ocupados majoritariamente por homens.

Para o Grupo de Trabalho Mulheres do Observatório Social do Brasil – Limeira, essa data é também um convite à memória e à valorização de trajetórias que abriram caminho para uma diplomacia mais inclusiva e igualitária. Entre elas, a da cientista e diplomata brasileira Bertha Lutz, cuja atuação na fundação da ONU marcou para sempre a história da igualdade de gênero nas relações internacionais.

Em junho de 1945, Bertha integrou a delegação brasileira na Conferência sobre Organização Internacional, realizada em São Francisco (EUA), que resultou na criação das Nações Unidas. Das centenas de representantes oficiais presentes, apenas quatro mulheres, incluindo a brasileira, assinaram a Carta das Nações Unidas.

À época, os direitos das mulheres ainda eram vistos como uma pauta menor nos debates diplomáticos. No entanto, Bertha usou sua voz e articulação política para garantir que a igualdade de direitos entre homens e mulheres fosse incluída de forma clara no texto fundador da ONU: “Reafirmar a fé nos direitos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano e na igualdade de direito dos homens e das mulheres.”

Bertha Lutz já era conhecida por sua atuação como defensora dos direitos políticos das mulheres no Brasil. Sua passagem pela diplomacia internacional mostra como a presença feminina qualificada e engajada pode transformar estruturas e promover equidade.

É com esse espírito que o Grupo de Trabalho Mulheres do OSB-Limeira atua. Formado por cidadãs limeirenses comprometidas com a ética pública e a transparência, o GT se inspira em trajetórias como a de Bertha para incentivar o protagonismo feminino em todas as esferas: do monitoramento cidadão ao diálogo com o poder público.

Violência contra a mulher: dados nacionais e locais reforçam alerta para ação em Limeira

Relatório nacional aponta recorde de feminicídios em 2024, e números locais mostram aumento de 27% nos casos de violência

O Mapa da Segurança Pública 2025, divulgado em 11 de junho pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, revelou dados alarmantes sobre a violência contra a mulher no Brasil. Em 2024, foram registrados 1.459 feminicídios, o maior número da série histórica iniciada em 2020, o que equivale a uma média de quatro mulheres assassinadas por dia em razão do gênero.

O relatório também apontou 8.648 tentativas de homicídio contra mulheres, um aumento de 16,1% em relação a 2023. Já os casos de estupro chegaram a 83.114 registros no país, com uma média de 227 vítimas por dia, sendo 86% do sexo feminino.

Esses números refletem uma realidade preocupante que, infelizmente, também se manifesta em Limeira. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, a cidade registrou três casos de feminicídio em 2024, além de 132 casos de violência contra a mulher, um aumento de 27% em relação ao ano anterior, que teve 104 ocorrências.

Esses dados reforçam a necessidade de atenção constante à escalada da violência de gênero no município e evidenciam a urgência de ações concretas.

No Observatório Social do Brasil – Limeira, o tema é acompanhado de perto pelo Grupo de Trabalho Observadoras, criado para ampliar a representatividade feminina dentro do OSB local e dar mais espaço às mulheres para expressarem seus anseios, inquietações e propostas.

A violência contra a mulher é, inclusive, um dos itens considerados no mapa de risco que embasou a construção do Termo de Compromisso com Limeira 2025–2028, documento que norteará a atuação do OSB-Limeira nos próximos anos.

Diante desse cenário, os voluntários do Observatório seguem atentos à evolução dos indicadores, tanto em nível nacional quanto local, com o objetivo de colaborar com o Poder Público no enfrentamento desse grave problema social.

O compromisso com a redução da violência de gênero passa por ações como o fortalecimento da rede de proteção às mulheres, o apoio à Delegacia de Defesa da Mulher e a promoção de campanhas de conscientização que ajudem a desconstruir padrões culturais machistas.

Ao manter o monitoramento constante desses dados e ao propor medidas concretas para a melhoria da segurança pública, o OSB-Limeira reafirma sua missão de atuar em favor de uma sociedade mais justa, igualitária e segura para todas as mulheres.

Desafios da representatividade feminina em espaços de poder

Episódio recente no Congresso reforça necessidade de respeito e equidade no debate público

Recentemente, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi alvo de interrupções e manifestações desrespeitosas durante uma reunião da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. Embora divergências políticas façam parte da democracia, o episódio reacendeu uma discussão urgente: o respeito à mulher em espaços de poder ainda precisa ser reafirmado todos os dias.

Marina Silva não é apenas uma liderança reconhecida internacionalmente na pauta ambiental. É também uma mulher negra, de origem humilde, que construiu uma trajetória marcada por superação e serviço público. Já foi senadora, ministra em diferentes governos e candidata à Presidência da República em três eleições. Quando o desrespeito se impõe sobre esse currículo, não é apenas a pessoa Marina Silva que é atingida — é todo o simbolismo do protagonismo feminino que sofre um ataque.

Infelizmente, situações como essa não são pontuais. Mulheres que ocupam cargos de destaque ainda enfrentam obstáculos que vão além do debate técnico ou político. Interrupções constantes, tom de voz desmedido, insinuações sobre competência: são expressões sutis e explícitas de um machismo estrutural que atravessa instituições.

A presença de mulheres nos ministérios ainda é pequena, embora venha crescendo. No governo atual, 11 das 38 pastas são comandadas por mulheres — um número recorde no país, embora ainda distante da paridade. No governo anterior, apenas duas ministras ocuparam cargos com status de ministério. No segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, o número também ficou abaixo de dez. Esses dados revelam que há avanços, mas que o caminho para a equidade de gênero nos espaços de decisão ainda é longo.

A seção Observadoras reafirma que a crítica política deve ser firme, mas nunca desrespeitosa. O Brasil precisa de mais mulheres em posições de liderança e de um ambiente institucional no qual elas sejam ouvidas com seriedade, independente de suas posições ideológicas.