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OCDE coloca o Brasil no 2º lugar de ranking de jovens que não estudam nem trabalham, os “nem-nem”

36% dos cidadãos entre 18 e 24 anos não têm acesso à formação ou ao emprego

Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta o Brasil como o segundo país, de um total de 37 analisados, com maior proporção de jovens com idade entre 18 e 24 anos que não estudam e não trabalham, ficando atrás apenas da África do Sul.

Nessa faixa etária, 36% dos jovens brasileiros não estão tendo acesso à formação formal e estão sem trabalho.

Os motivos e a quantidade de jovens que estavam sem estudar e sem trabalhar variam conforme a renda familiar, mas se encontram nessa condição principalmente os mais pobres.

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) ressalta que a maioria é formada por jovens mulheres, que tiveram que deixar de estudar e não trabalhavam para poder exercer tarefas domésticas, criar filhos ou cuidar de idosos ou outros familiares.

Diagnóstico feito pela Subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, revelou que, dos 207 milhões de habitantes do Brasil, 17% são jovens de 14 a 24 anos. Desses, 5,2 milhões estão desempregados, o que corresponde a 55% das pessoas nessa situação no país, que, no total, chegam a 9,4 milhões.

Entre os jovens desocupados, 52% são mulheres e 66% são pretos e pardos. Aqueles que nem trabalham nem estudam – os chamados “nem-nem” – somam 7,1 milhões, sendo que 60% são mulheres, a maioria com filhos pequenos, e 68% são pretos e pardos.

Os cidadãos precisam estar atentos e engajados na cobrança ao Poder Público para que ofereça aos jovens programas voltados à educação profissional e ao emprego, além do incentivo para que se tornem produtivos.

Pesquisas do OSB-Limeira e do IPEC mostram que jovens estão longe do dia a dia do Poder Público

Grande parte deles não conhece os conselhos temáticos e vê debate político como agressivo e intolerante

Um dos principais objetivos do Observatório Social do Brasil-Limeira é aproximar o cidadão do dia a dia do Poder Público. Pesquisa inédita sobre cidadania que a instituição realizou em parceria com a Limite Pesquisas entre 2 e 9 de agosto, que ouviu 490 pessoas maiores de 14 anos, mostrou que essa meta ainda está distante. Prova disso é que os conselhos temáticos, uma das formas que existem para participação popular, são bastante desconhecidos da população.

Existem aproximadamente 35 conselhos temáticos em Limeira, trabalhando nas mais diversas áreas, como Direitos das Pessoas com Deficiência, Direitos do Idoso, Interesses do Cidadão Negro, Saúde, Gestão da Área de Proteção e Recuperação de Mananciais e Planejamento e Gestão Territorial Ambiental, entre vários outras. Porém, na pesquisa do OSB-Limeira, 58,5% dos entrevistados disseram que não sabem para que servem os conselhos temáticos e 10,6% afirmaram que não têm certeza. Apenas 24,8% responderam que acompanham os trabalhos e 5,5% que já fizeram ou fazem parte deles.

Entre a população mais jovem, de 14 a 29 anos, os conselhos temáticos também são bastante desconhecidos. Nessa faixa etária, 59,4% admitiram não saber para que servem e nenhum entrevistado respondeu que já fez ou faz parte de algum. Uma pesquisa encomendada pelo movimento cívico global Avaaz e pela Fundação Tide Setubal ao Ipec (antigo Ibope), que ouviu 1.008 pessoas de 16 a 34 anos em todo o país, mostrou que os jovens querem se envolver na vida política, mas falta incentivo para isso.

MEDO DE CANCELAMENTO

O levantamento repercutiu na imprensa, inclusive no “Fantástico”, da Rede Globo, que o abordou na edição de 31 de outubro, em reportagem que pode ser assistida no link https://bit.ly/fantastico_311021. Para se ter uma ideia, 20% dos entrevistados desconhecem o que é Congresso ou Supremo Tribunal Federal. Por outro lado, 82% querem tirar o título de eleitor antes dos 18 anos. Para 32% deles, o valor social mais importante é o combate à fome e à pobreza. Em seguida, aparece o fortalecimento econômico e a geração de emprego, com 16%.

Esses números mostram de forma clara a falta de sincronia entre o discurso dos políticos e os reais interesses dos jovens. Outro agravante para mantê-los longe da vida política do país é o medo de “cancelamento” nas redes sociais, razão apontada por 6 em cada 10 entrevistados para não abordarem o assunto em público. Para 83% dos jovens ouvidos na pesquisa, a conversa sobre política é agressiva e intolerante e pode gerar ameaças a eles e a suas famílias.

EDUCAÇÃO PARA CIDADANIA

Os números desfavoráveis tornam ainda mais importante o trabalho de educação para cidadania desenvolvido pelo OSB-Limeira. Entre fevereiro e junho, a instituição teve a oportunidade de levar a mais de 250 jovens, na faixa de 15 anos, atendidos pelo Centro de Aprendizado Metódico e Prático de Limeira (CAMPL-Patrulheiro), uma atividade extracurricular voltada ao incentivo e desenvolvimento da cidadania.

A iniciativa partiu do Grupo de Trabalho Educação para Cidadania, que disponibilizou quatro instrutores para desenvolver atividades socioeducativas sobre educação fiscal e cidadã, dentro do projeto Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. Foram cerca de 100 horas de atividades em plataforma virtual, em que os adolescentes tiveram acesso a conteúdo em torno do tema “Cidadania: conhecendo meus direitos e cumprindo meus deveres”. Em agosto, teve início uma nova turma, que vem levando conhecimento sobre cidadania a mais 250 jovens.

“O objetivo é estimular a participação ativa dos adolescentes na vida social de suas comunidades, no reconhecimento de seus principais problemas e no debate público”, detalhou Luciano Faber, presidente do Conselho de Administração do OSB-Limeira. “E que, também, se tornem multiplicadores dos conceitos recebidos junto a suas famílias e a seus amigos”. Segundo ele, com o sucesso da iniciativa, o Observatório já planeja novas ações de incentivo à cidadania em parceria com o CAMPL e também com outras instituições limeirenses.

SOBRE O OSB

O OSB é um espaço para o exercício da cidadania, democrático e apartidário, e que já se encontra presente em 150 municípios de 17 Estados brasileiros. Atua na prevenção da corrupção, controle e monitoramento dos gastos públicos, utilizando uma metodologia padronizada, com o objetivo de contribuir para a melhoria da gestão pública.

INVESTIDORES SOCIAIS DO OSB-LIMEIRA

Atlas, ACIL, Nosso Clube, Valor Ambiental, BluePex, Sicredi, Prevseg, Alfadimmi, Sicoob, Quality, GF Lanternas, Cozinha da Família, Don Francesco Pizzaria, PrevMed, Helpmóvel, Auto Peças Motoristas, Data System, Realen Folheados, Wise, Pralana, AirZap, Plant Defender, Fiat Impéria, Doutor Imposto de Renda, Data Smart, Solutions BI, Life Circo, Renove, Roque Imóveis, DrogaLim e Presscom Comunicação.