80% dos brasileiros não querem participar da política local, revela pesquisa
Levantamento foi realizado pelo Instituto Cidades Sustentáveis, em parceria com o Ipec
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Cidades Sustentáveis, em parceria com o Ipec, revelou que 80% dos brasileiros não desejam se envolver ativamente na política da cidade onde moram. O estudo foi conduzido em todo o território nacional, com uma amostra de 2.000 entrevistas em 127 municípios, abrangendo a população brasileira com 16 anos ou mais. Jorge Abrahão, coordenador-geral do instituto, apresentou esses dados em entrevista ao Jornal da CBN.
Segundo Abrahão, esse percentual reflete uma rejeição ao envolvimento mais profundo na política, o que é preocupante para o fortalecimento da democracia. “O fato de estarmos tão distantes da política faz com que surjam muitos aventureiros, com propostas que não têm solidez, não avançam e não têm concretude”, destacou.
Outro dado relevante da pesquisa aponta que, um ano após as eleições de 2022, a maioria dos brasileiros já não se lembrava em quem votou para deputado estadual, federal e senador. Esse esquecimento revela um distanciamento não apenas da política local, mas também do acompanhamento das ações dos eleitos em níveis estadual e federal.
A falta de interesse em participar da vida política da cidade é ainda mais expressiva entre pessoas com menor escolaridade, que se sentem menos motivadas a se envolver nos processos de decisão e controle social.
Essa situação evidencia a necessidade de compreender que a democracia vai além do voto. O exercício democrático exige que os eleitores acompanhem e cobrem os eleitos, além de apresentarem propostas que contribuam para o desenvolvimento local. O engajamento contínuo é essencial para fortalecer a democracia e evitar a ascensão de figuras sem propostas concretas.
O estudo também reforça a importância de que os poderes Executivo e Legislativo valorizem os espaços de participação popular e incentivem o envolvimento da sociedade. A democracia não se constrói apenas nas urnas, mas no dia a dia, com a participação ativa de todos.
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